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Esquadros

Muitas vezes estou do lado de dentro, outras tantas do lado de fora. Repetitivamente alterno entre esses extremos. Quando dentro estou preso a um servidor formal de uma empresa que olha para fora a procura de conexões com seus anseios de ser artista. Reflito sobre o tempo e minha alma transborda pela vontade do “fazer” e do “expressar-se”. Quando fora (também preso porque há desafios nessa liberdade), sou um artista que surge do reflexo daquele que estava lá dentro. Busco construir maneiras de sobreviver a esses dois universos, que aparentemente distintos nas suas características, se completam. Sobre “o dentro” ele é desafiador, mas não é triste. Também gosto de estar protegido pelas paredes, grades e vidros. Estar dentro é o que sustenta a possibilidade de estar fora, pois projeta minha alma, alimenta o “meu eu” com sentimentos diversos e principalmente me dá segurança. Sobre o “fora” sou eu na essência, mesmo quando o sentimento aparente de liberdade esbarra no universo demasiadamente amplo (cheio de riscos, nuances e conceitos que cercam mais que as paredes). Quando fora eu quero encher o mundo de expressão e arte, quero contar os medos que tive do lado de dentro, quero a possibilidade de ter tempo e de ser eu mesmo. Mas fora sou vulnerável à insegurança. Dentro estou protegido. É por isso que estou na janela, no entremeio, no limiar dos dois universos, no vão. Este presente ensaio olha para dentro e para fora reunindo todo o caos e o prazer gerado por essa confusão de mundos.

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